Implementação de práticas de governança corporativa: avanços e desafios no varejo
Anderson Ozawa*
As exigências regulamentares e legais no Brasil têm aumentado significativamente e forçaram as empresas a se adaptarem para evitar sanções. A conformidade com leis como a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõe rigorosos padrões de conduta e proteção de dados, obrigando as empresas a implementarem áreas de compliance para garantir a conformidade e mitigar riscos legais. Além disso, a prevenção de perdas e a gestão de riscos são componentes essenciais de um programa de compliance eficaz.
As empresas varejistas enfrentam desafios como erros operacionais, fraudes e furtos que impactam diretamente a lucratividade e implementar áreas de compliance ajuda a identificar e mitigar esses riscos, proporcionando uma maior segurança financeira e operacional. Por outro lado, a reputação é um ativo valioso para qualquer empresa, onde escândalos de corrupção ou falhas em compliance podem resultar em danos severos à imagem, afetando sua relação com clientes, investidores e parceiros.
Ao adotar áreas de compliance, as empresas demonstram um compromisso com a ética e a transparência, fortalecendo a confiança do mercado. Os varejistas têm encontrado na eficiência operacional o grande diferencial para seus resultados e programas de compliance bem estruturados contribuem para a padronização de processos e a criação de controles internos eficientes. Isso não apenas ajuda na conformidade com normas, mas também otimiza as operações, reduzindo desperdícios e aumentando a produtividade.
Como benefício estrutural importante, promover uma cultura de ética e conformidade dentro da organização é fundamental e as áreas de compliance ajudam a estabelecer e reforçar uma cultura organizacional que valoriza a integridade, o que, por sua vez, promove comportamentos alinhados com os valores da empresa e reduz práticas prejudiciais. Por fim, a pressão do stakeholders, como investidores, clientes e outras partes interessadas, que estão cada vez mais exigentes quanto às práticas de governança das empresas enxergam na implementação de áreas de compliance o atendimento a essas expectativas além de ser um diferencial competitivo no mercado.
Esses fatores combinados têm levado as empresas varejistas a reconhecerem a importância estratégica de investir em áreas de compliance, visando não apenas atender às exigências legais, mas também melhorar sua eficiência operacional, mitigar riscos e fortalecer sua reputação no mercado. O aumento da transparência tornou as empresas cada vez mais comprometidas com a prestação de contas e existe um esforço contínuo para melhorar a qualidade das informações divulgadas aos acionistas e ao mercado, incluindo relatórios financeiros detalhados, práticas de divulgação de riscos e a adoção de relatórios de sustentabilidade (ESG - Environmental, Social, and Governance).
*É CEO da AOzawa Consultoria, especialista em governança Operacional e Corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”
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