Logística portuária: qual é o papel da tecnologia?
O setor portuário brasileiro é indispensável para o crescimento da nossa economia.
Logística portuária: qual é o papel da tecnologia?
Por André Nadjarian
O setor portuário brasileiro é indispensável para o crescimento da nossa economia. Não à toa, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), os portos do país registraram uma movimentação de mais de 1,3 bi de toneladas de mercadorias em 2023, totalizando um crescimento de 6,9%. E, considerando que este segmento está diretamente ligado a intermodalidade e possui ampla relevância para o fluxo de importações e exportações, investir na inovação e logística torna-se fundamental para garantir seu desenvolvimento e eficiência.
Embora os portos brasileiros tenham extrema influência e importância no crescimento do nosso país, sendo um segmento fundamental para fortalecer a presença do Brasil no comércio internacional, ainda assim, não há como não falar sobre os desafios que o setor enfrenta, principalmente, do ponto de vista de infraestrutura logística.
Isso é, diariamente, o setor lida com um volume expressivo de movimentações de cargas provenientes de diferentes intermodais, que exigem um rigoroso planejamento de todo o processo de deslocamento da cabotagem, bem como administrar complexidades e burocracias que demandam um nível de controle e monitoramento das operações, a fim de garantir segurança e evitar eventuais problemas e complicações.
Diante disso, a melhor maneira de manusear essa gama de funções é ter bem estabelecido um sistema logístico, tendo como principal aliado o uso da tecnologia. Atualmente, existem diversos recursos disponíveis que podem apoiar nas operações do setor portuário, garantindo sua eficiência, visibilidade, conformidade com os órgãos regulatórios e, sobretudo, o alinhamento com a agenda ESG – reforçando o seu comprometimento com a causa sustentável e desenvolvendo práticas que reduzam a emissão de poluentes.
Dentre as diversas possibilidades, podemos destacar o uso da Internet das Coisas (IoT), que conecta dispositivos para melhorar a eficiência, permitindo um fácil rastreamento de carga, além de indicar a posição em tempo real através dos sensores instalados, emitindo alertas em caso de violação do contêiner. Além disso, soluções de Big Data – o qual analisa grandes volumes de dados auxiliando na identificação de padrões e tendências e guiando para a tomada de decisões mais assertivas.
Ainda, não podemos deixar de destacar duas outras soluções importantes: o TOS (Terminal Operating System) que, traduzido do inglês, significa sistema operacional de terminais, sendo este um programa específico para controlar e automatizar as operações em terminais logísticos de cargas, como os portuários; e a tão conhecida Inteligência Artificial (IA), que agrega na melhoria da roteirização e otimização de tempo, uma vez que as tarefas repetitivas e burocráticas passam a ser feitas de forma automatizada.
Os exemplos acima são uma parte da gama de recursos que temos hoje no mercado que, quando aplicados em conjunto, agregam na melhor eficiência logística. E, em se tratando do setor portuário, a tecnologia é um recurso indispensável para modernizar os processos e, consequentemente, contribuir para uma governança estratégica. Afinal, com a “casa em ordem”, torna-se mais ágil a gestão de toda parte produtiva, até mesmo o cumprimento das complexas obrigatoriedades e questões tributárias que regem o sistema legislativo brasileiro.
Agora, por mais que implementar mudanças e novos recursos não seja algo que acontece da noite para o dia, a boa notícia é que é possível ter acesso a tais ferramentas por meio de uma solução robusta como um ERP. Isso porque, com um sistema de gestão, são centralizadas todas as informações facilitando o monitoramento e gerenciamento das operações, permitindo uma maior previsibilidade e controle.
Investir nesses recursos nos portos brasileiros é fundamental considerando que, segundo as projeções da Antaq, o país irá bater o recorde de movimentações de cargas gradualmente nos próximos quatro anos. A expectativa é que o transporte de mercadorias evolua para 10 milhões de toneladas por ano até 2025, chegando em 2026, a 1,29 bi e, no ano de 2027, a 1,41 bilhão.
Diante desse panorama, o setor portuário no Brasil precisará investir na adoção de abordagens inovadoras e estratégias de logística eficientes, que os auxiliem durante todo esse crescimento. Sendo assim, é crucial que o segmento, desde já, busque modernizar e aprimorar os seus processos a fim de obter uma maior eficiência e preparo. Até porque, para navegar em um mar cada vez mais dinâmico, é preciso ter ao lado excelentes condutores.
André Nadjarian é VP de estratégia e inovação da Engine, consultoria pioneira em soluções SAP.
Sobre a Engine:
Com experiência adquirida desde 2011, a Engine é pioneira em soluções SAP, capacitando empresas a atingirem níveis superiores de maturidade e excelência que elevarão a sua gestão. Desde a implementação até o suporte contínuo, a empresa oferece soluções abrangentes, somando diversos projetos bem-sucedidos que comprovam seu compromisso em aprimorar constantemente seus serviços.
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