Após três anos de guerra, ucranianos precisam de paz e ajuda

Resumo do que foi dito por Philippe Leclerc, Diretor do Escritório Regional para a Europa do ACNUR - a quem o texto citado pode ser atribuído - na coletiva de imprensa realizada hoje no Palais des Nations, em Genebra.

Após três anos de guerra, ucranianos precisam de paz e ajuda
Após três anos de guerra, ucranianos precisam de paz e ajuda (Foto: Reprodução)

Velyka Vilshanytsya é uma pequena vila localizada aproximadamente 45 km a leste de Lviv. Na manhã de 9 de março, 81 mísseis foram lançados pela Federação Russa, visando vários locais na Ucrânia. Destes, 67 foram abatidos pelas defesas aéreas ucranianas. Um míssil que não foi abatido destruiu duas casas na vila, tirando a vida de 5 moradores e causando grandes danos às casas residenciais próximas.


Três anos após o início da guerra em grande escala na Ucrânia, tirou milhares de vidas, causou uma destruição incalculável, separou famílias, infligiu traumas psicológicos significativos e devastou a economia e a infraestrutura do país.


Nos últimos seis meses, mais de 200 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas no leste da Ucrânia devido ao aumento dos ataques. Enquanto o sofrimento humano continua, a necessidade de fornecer assistência emergencial às pessoas mais afetadas, bem como oportunidades para reconstrução, é mais urgente do que nunca.


A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) estima que 10,6 milhões de ucranianos estão deslocados – quase um quarto da população do país antes da guerra. Dentro da Ucrânia, 3,7 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar, enquanto 6,9 milhões de pessoas refugiadas continuam recebendo proteção em outros países. Mais de 2 milhões de residências – 10% do total habitacional – foram danificadas ou destruídas. Ataques recorrentes à infraestrutura energética continuam deixando milhares sem eletricidade e aquecimento, além de sobrecarregar os serviços locais já debilitados. Os recém-deslocados são cada vez mais vulneráveis – incluindo pessoas idosas e com deficiência, que frequentemente enfrentam desafios adicionais para acessar os serviços de que mais necessitam.


Muitas das pessoas mais vulneráveis seguem vivendo em abrigos coletivos pelo terceiro ano consecutivo. O impacto na saúde mental também tem sido profundo, com a constante ameaça de mísseis e drones, longos períodos de separação familiar e traumas acumulados. As crianças são especialmente vulneráveis, com 1,5 milhão delas em risco de sofrer consequências psicológicas de longo prazo. Dentro da Ucrânia, 12,7 milhões de pessoas – um terço da população atual – precisam de assistência humanitária.


Estima-se que até um terço do território da Ucrânia tenha sido contaminado por minas terrestres e artefatos explosivos. O impacto da guerra na economia é vasto – os polos agrícolas e industriais no leste foram devastados, e cerca de 30% dos empregos que existiam antes do conflito foram perdidos. Enfrentar esses desafios – apontados por pessoas refugiadas como obstáculos ao retorno – deve ser uma prioridade coletiva.


Nos últimos três anos, o ACNUR prestou assistência emergencial a milhões de pessoas afetadas. Trabalhando lado a lado com o governo da Ucrânia, agências das Nações Unidas e parceiros locais, o ACNUR continua a responder a novos ataques e deslocamentos, oferecendo, entre outras medidas, abrigo emergencial imediato, primeiros socorros psicológicos e assistência em dinheiro para necessidades básicas. Juntamente com outras agências humanitárias da ONU, o ACNUR já entregou ajuda para 800 mil pessoas vivendo em comunidades de difícil acesso na linha de frente do conflito.


O ACNUR também continua sendo um parceiro essencial nos esforços de recuperação da Ucrânia. O apoio prestado – que inclui desde reparos habitacionais até assistência jurídica – desempenha um papel crucial para que as pessoas possam se recuperar, reconstruir suas vidas e acessar os serviços governamentais no futuro.

O financiamento tem sido um desafio constante e agora está mais incerto do que nunca. E as principais vítimas dessa situação serão, mais uma vez, as famílias deslocadas e afetadas pela guerra, que correm o risco de perder a assistência vital justamente no momento em que mais precisam. O apoio de diversos doadores é fundamental para garantir que o ACNUR continue fornecendo ajuda emergencial, abrigo e proteção às pessoas necessitadas.


Nos últimos três anos, os países vizinhos da Ucrânia demonstraram compaixão e compromisso ao incluir pessoas refugiadas em seus sistemas nacionais. Essas pessoas, por sua vez, têm se esforçado para reconstruir suas vidas em novas comunidades. Embora 60% das pessoas ucranianas refugiadas expressem o desejo de retornar ao seu país um dia, apenas 5% planejam fazê-lo em breve, pois aguardam melhores condições de segurança, moradia e oportunidades econômicas – muitas delas provenientes de áreas atualmente ocupadas.


O apoio internacional tanto às pessoas refugiadas quanto às comunidades que as acolhem é essencial para manter a esperança. O ACNUR e seus parceiros continuarão trabalhando para garantir que a ajuda humanitária chegue às pessoas que mais precisam dela. Agora não é o momento de desistir do povo ucraniano.


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