Os filhos do pastor também foram mortos pelo grupo Forças Democráticas Aliadas

Há uma semana, o pastor principal da igreja Eglise Message du Temps foi sequestrado junto a sua esposa e outros inúmeros cristãos locais na República Democrática do Congo. O incidente aconteceu em Bayeti, na província de Ituri, que fica no Nordeste do país, durante um culto no dia 30 de janeiro. 

Outras cinco vítimas foram mortas, incluindo dois filhos do pastor. Esse ataque é o mais recente de uma onda de atentados que o grupo extremista Forças Democráticas Aliadas (ADF, da sigla em inglês) tem feito. Entre os dias 28 e 30 de janeiro, os militantes assassinaram pelo menos 12 cristãos em ataques em série nos vilarejos de Mangadola, Makodu, Mangazi e Matadi. Os cristãos estavam cuidando das plantações quando eles chegaram com armas e facões para matá-los.  

O pastor Paluku da igreja CECA20 compartilhou que algumas das vítimas estavam colhendo feijão no momento do ataque. As roças são a principal fonte de sustento de muitas famílias cristãs na região. “Os cristãos não podem mais ir para suas fazendas. Estamos cercados em Oicha. O custo para sobreviver é muito, muito, caro. Que Deus nos ajude", lamentou o pastor Paluku, que também é professor no Instituto Bíblico de Oicha.  

Deslocamento em massa para Oicha 

“Esse enésimo ataque ao vilarejo de Bayeti levou ao fechamento da igreja. A maior parte da população fugiu para Oicha, que até então era considerado segura. Agora a situação piorou. Os jovens de Oicha foram aos vilarejos na quarta-feira, 31 de janeiro, para recolher os corpos e levá-los para o necrotério do hospital geral de Oicha”, disse Jean-Paul, um cristão local.  

Antes desse ataque, por volta das 7:30 da noite do dia 23 de janeiro, o grupo ADF invadiu Ngite-Mavivi e matou cinco pessoas. Até agora foi confirmado que uma delas era um cristão. Outro cristão ficou ferido e um rapaz de 19 anos foi sequestrado. O pastor Nagangisa da igreja evangélica no território de Beni afirma que é urgente orar para que Deus salve o seu povo.  

“Na manhã de quarta-feira, 24 de janeiro, alguns cristãos foram encontrados dormindo a céu aberto, sem qualquer proteção”, contou o pastor Jean Marie Ekole, presidente da Eglises de Reveil au Congo no território de Beni, que reúne as igrejas pentecostais e renovadas do país.  

E nas semanas anteriores, outros ataques letais aconteceram também na província de Ituri, com 12 pessoas mortas, 18 sequestrados e diversos bens saqueados à luz do dia. Já na província de Kivu do Norte, outro foco dos ataques, sete cristãos foram assassinados e 12 sequestrados.  

O pastor Jean Marie reforça que os inúmeros ataques surpresa a comunidades cristãs no Leste da República Democrática do Congo continuam a causar o deslocamento em massa da população para as cidades de Beni e Oicha.  

O país ocupa a 41ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024, que classifica os 50 países do mundo onde os cristãos são mais perseguidos. 

Desperta África  

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